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Cuidados com o Recém nascido

Durante o processo de parto e nascimento são necessárias ações diferenciadas e mudanças de comportamento profissional. Neste momento, e levando em consideração que ao nascer o ambiente externo para o bebe é algo totalmente novo, que ele precisa se adapta, a intensidade da luz na sala de parto pode ser diminuída (penumbra), evitando a luz forte sobre a vulva da mulher e sobre a face do recém nascido. Evitar conversas em tom de voz alto permite que a mãe veja e vivencie o nascimento do filho e que sua voz seja a principal na sala, se sobrepondo às demais

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Após o nascimento, imediatamente o bebê deve ser seco com compressas ou toalhas quentes, para evitar perda de temperatura corporal por evaporação, enquanto é colocado sobre o abdômen ou nos braços da mãe. Ao mesmo tempo, avalia-se o estado do bebê, observando se há tônus muscular, se está respirando ou chorando.

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O contato pele-a-pele entre a mãe e o bebê pode fazer com que a queda da temperatura do bebê não seja tão intensa e deverá durar pelo menos meia hora, além de permitir o vínculo entre os dois e a troca de microorganismos maternos  para o filho.

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Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está respirando ou chorando e com tônus muscular em flexão, a criança apresenta boa vitalidade e não necessita de qualquer manobra de reanimação.

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A conduta frente à presença mecônio depende da vitalidade ao nascer. Caso o neonato não apresente, logo após o nascimento, movimentos respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e FC < 100 bpm, o recém nascido deve ser levado à mesa de reanimação, colocado sob fonte de calor radiante. É necessário posicionar sua cabeça com uma leve extensão do pescoço, aspirar o excesso de secreções primeiro da boca, depois do nariz, a seguir, secar e desprezar os campos úmidos, verificando novamente a posição da cabeça e, então, avaliar a respiração e a FC. Se a avaliação resultar normal, o RN retornará ao contato materno.

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Proceder à ligadura do cordão umbilical até a cessação dos batimentos do funículo, que dura cerca de 2 a 3 minutos após o nascimento, exceto nos casos de mãe Rh negativo, quando deve ser feito de imediato. 

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O clampeamento deve ser fixado na distância de 2 a 3 cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida de álcool etílico a 70% ou clorexidina. Em RN baixo peso utilizar soro fisiológico a 0,9%; Verificar a presença de duas artérias e uma veia, pois a existência de apenas uma artéria umbilical pode associar-se a anomalias congênitas; Coletar o sangue do cordão umbilical para exames laboratoriais

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Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, podendo  iniciar a amamentação. 

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A Organização Mundial da Saúde recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado à menor mortalidade neonatal, ao maior período de amamentação, à melhor interação mãe-bebê e ao menor risco de hemorragia materna.

 

Identificar o recém-nascido com pulseira e/ou tornozeleira, constando nome da mãe, data, hora do nascimento e sexo, caso não sejam diferenciadas por cor (rosa para as meninas e azul para os meninos). Fazer a digital plantar do bebe e de todos os dedos da mãe

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Os procedimentos de rotina, tais como exame físico geral do recém-nascido de forma simplificada (incluindo peso, comprimento, perímetro cefálico, torácico e abdominal), aplicação de vitamina K (para prevenção de sangramento – 0,1ml IM no VLCE), devem ser feitos.

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A credeinização previne infecção oftálmica por clamídia ou gonorreia; Deve-se retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. São utilizados:

•       1 escolha: pomada de eritromicina 0,5% (atualização em 2017)

•       2 escolha : pomada de tetraciclina a 1%

•       3 escolha: colírios de nitrato de prata a 1%,  (Não é mais rotina)

(Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele das pálpebras;

Realizar o procedimento uma ou duas horas após o parto para  deixar o RN ter o contato visual com a mãe)

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Administração da vacina contra Hepatite B, faz parte do calendário vacinal mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização do indivíduo contra a Hepatite B. Tem como objetivo proteger o recém-nascido contra o vírus da Hepatite B. (0,5ml VLCD)

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Após o parto, descrever em impresso todo o procedimento, identificando-se com nome legível, assinatura e carimbo; orientar a puérpera para o autocuidado e aleitamento; o cuidado deve ser contínuo e integrado, portanto evitar um grande número de informações que ainda estão sendo processualmente absorvidas

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Na sala de parto é importante dispor sobre a mesa de atendimento do RN

• Uma sonda de aspiração traqueal para cada RN (caso seja gemelar)

• Soro fisiológico;

 • Luvas;

• Gaze esterilizada, anel de borracha e/ou de plástico (dispositivo específico) e material para ligadura de cordão (pinças e tesoura);

 • Manter disponível, para qualquer emergência, o material e medicação para reanimação

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No alojamento conjunto, pode-se fazer orientações mais precisas quanto a:

- amamentação

- higiene do bebê: que pode ser retardada por até 6 horas, sendo importante não fazer a retirada total do vérnix (proteção), sendo feita

em temperatura da água (36 a 37ºC); Lavar olhos do canto interno para o externo antes do resto do corpo e em seguida a cabeça;

­Utilize sabonete neutro (clorexidina); Ao lavar as genitálias: no menino afastar o prepúcio expondo a glande (Fimose fisiológica); na menina sempre da vagina em direção ao ânus. Importante primeiro lavar o rosto do bebê, em seguida o tórax, os membros, deixando por último as genitálias e ânus.

- Explicar sobre o mecônio (primeira fezes) e importância da presença de eliminações, observando aspecto e frequência.

- Limpeza do coto umbilical: Álcool a 70% para a higienização com gaze ou cotonete – do centro para as extremidades; Manter o coto livre e não cobrir (se possível); Deve ser realizado pelo menos três vezes ao dia e/ ou a cada troca de fralda e após o banho; Observar presença de secreção fétida na base do coto e hiperemia abdominal, pois indica onfalite (infecção da cicatriz umbilical).

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 4 v. : il. – (Série A. Normas e Manuais.

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém nascido no Sistema Único de Saúde. Portaria n° 371 de 7 maio de 2014

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