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Atenção aos cuidados

Atenção ao estado emocional:

O puerpério é um momento importante, principalmente em relação às alterações de humor, com labilidade emocional que são comuns nesta fase. É fundamental observar quadros de tristeza ou de profunda apatia, que podem ser expressos pela dificuldade de cuidados e de estabelecimento de vínculo com o bebê. São etapas da conduta de enfermagem nessas ocorrências:

- Identificar e registrar alterações de humor e labilidade emocional;

- Solicitar avaliação do serviço de saúde mental;

- Acolher as puérperas de óbito fetal e pós-abortamento, preferencialmente em enfermarias sem recém-nascidos, avaliando a delicadeza deste momento e, sempre que possível, buscar com a mulher o melhor espaço para acomodá-la.

-  Tristeza materna (Baby Blues) ocorre em 80% das mulheres no 1º ao 3º dia de pós parto.

 

Endométrio, vagina e períneo:

- O endométrio inicia sua recuperação a partir do 25º dia de pós-parto.

- A vagina apresentar-se-á edemaciada e algo congesta, iniciando sua recuperação após o 25º dia de puerpério, e mais tardiamente nas mulheres que não amamentam.

- Podem ser observadas, ainda, alterações decorrentes do parto - edema, hematoma e lesões.

 

 Involução uterina:

- O útero se encontra na altura da cicatriz umbilical logo após o parto e posteriormente regride cerca de 1cm por dia (involução uterina) até retornar a pelve, o que ocorre geralmente a partir do décimo dia de pós-parto, mantendo-se contraído e impedindo assim que haja hemorragia (Globo de Segurança de Pinard)  Obs: Devido a esses movimentos de contratilidade, muitas mulheres de queixam de cólicas no pós-parto.

 

- Na lactante, a involução uterina é mais rápida, por haver aumento da retração e contratilidade uterina a cada mamada.

O colo uterino (cérvice) inicialmente surge como estrutura edemaciada, flácida de bordas distensíveis, irregulares e pode apresentar lacerações, mas por volta do 10º dia já se apresenta fechado.

Fonte: Barros SMO (org). Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: Manole, 2006

 

 

Lóquios:

- Todo o processo de involução e regeneração fisiológica nesse período está vinculado à produção e eliminação de considerável quantidade de exsudatos e transudatos, os quais, misturados com elementos celulares descamados e sangue, formam os lóquios.

- Nos primeiros cinco 3 ou 4 dias, no pós-parto imediato, os lóquios apresentam-se vermelho escuro, em quantidade variável, semelhante a uma menstruação. São denominados sanguíneos. Depois desse período, tornam-se serosanguíneos, onde passam a ter uma coloração mais acastanhada (presente no 3º ou 4º dia até o 10º)

 

- No pós-parto tardio, os lóquios passam a ter um aspecto mais purulento, e tornam-se mais amarelados ou brancos. Nessa fase, são denominados serosos. ( após o 10º, podendo durar até 4 -8 semanas pós parto)

- O pós-parto remoto, que se estende até o aparecimento da primeira menstruação, tem sua duração bastante variável, pois dependerá muito da presença ou não da amamentação. Nas mulheres que não amamentam a menstruação costuma retornar em torno de 01 mês e meio, nas que amamentam, dependerá da duração do aleitamento.

- Avaliar lóquios quanto a quantidade, coloração e odor. ATENÇÃO para o odor dos lóquios, pois um odor fétido pode significar um quadro infeccioso!

Temperatura axilar:

- A puérpera pode ter um ligeiro aumento da temperatura axilar (36,8º- 37,9ºC) nas primeiras 24 horas, sem necessariamente ter um quadro infeccioso instalado. Além disso, podem ocorrer calafrios nas primeiras horas de pós-parto. Tais alterações normalmente não constituem risco à saúde da mulher, mas exigem atenção para a infecção puerperal.

Vias urinárias: 

- Após o parto são encontrados edema, hiperemia vesical e relativa insensibilidade da bexiga, podendo causar diurese escassa

- É normal a abundante excreção urinária no 2º ao 6º dia, que elimina o liquido tecidual acumulado durante a gestação. Nos primeiros 2 - 3 dias, a retenção vesical não é incomum.

- A enfermagem deve: Orientar a mulher quanto a ingestão de líquido por dia (pelo menos 2 l/dia), além de observar e registrar as características da eliminação vesical.

Sistema gastrointestinal:

- A evacuação espontânea pode não ocorrer por 2 - 3 dias após o parto, devido a redução do tônus muscular intestinal durante o trabalho de parto e puerpério imediato.

É importante que a enfermagem:

- observe e registre as características dessa eliminação intestinal

- oriente a deambulação precoce para aumentar o peristaltismo

- oriente quanto a ingesta hídrica

-se necessário, comunique serviço de nutrição para ajustar a dieta

Fonte :

Brasil. Ministério da Saúde.  Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré natal de baixo risco. 32ªed. Brasília, 2012

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001

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Involução uterina

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